quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Mastectomia X Pilates

Saiba como a Fisioterapia pode ajudar no pós-operatório das cirurgias de mama.
Infecção, linfedema (inchaço no braço), limitação da capacidade funcional do braço e do ombro, dor e parestesia (sensação de formigamento, picada, queimadura) são alguns dos efeitos físicos e motores decorrentes da cirurgia de mama: mastectomia (cirurgia para retirada da mama antes do desenvolvimento do câncer) ou quadrantectomia (retirada apenas de um dos quatro quadrantes da mama).

A recuperação funcional pode causar uma tensão a mais. O medo de sentir dor e a possibilidade de uma incapacidade fazem com que algumas mulheres apresentem dificuldades na realização dos exercícios de recuperação´, descreve a fisioterapeuta Mônica de Castro Cavalcante, graduada pela Universidade de Fortaleza (Unifor), diretora da Clínica Xavier de Castro/Fisiosaúde.

No caso da paciente mastectomizada, afirma a fisioterapeuta que assiste há 15 anos mulheres com câncer de mama , ´a postura corporal tende a sofrer ainda mais, principalmente caso a paciente tenha uma mama grande e pesada. Com a cirurgia (e ausência do peso da mama) fará com que o ombro (do lado operado) se eleve e gire internamente, abduzindo a escápula e provocando uma contratura muscular da região cervical e dor´.

A atuação da Fisioterapia é vital no sucesso do tratamento, desde o pós-operatório imediato (P.O.I.) ao acompanhamento sistemático na prevenção e tratamento do linfedema (´inchaço do braço), quando é realizado esvaziamento axilar. Quando não é possível uma reconstrução mamária imediata (no ato cirúrgico), ´o profissional de Fisioterapia acompanha a adaptação de próteses externas, uma vez que, a falta ou extirpação da mama ocasiona um prejuízo não apenas estético, como postural.

O programa de reabilitação inclui massagens de drenagem linfática, enfaixamento compressivo, malhas de compressão e exercícios. ´A drenagem linfática dilata os canais tissulares, favorecendo a formação de neoanastomoses linfáticas, estimulando o trabalho dos capilares linfáticos e a motricidade dos linfáticos. Também promove o relaxamento e/ou diminuição da densidade do tecido conjuntivo alterado´, descreve Mônica Cavalcante.

A bandagem compressiva é também parte essencial no tratamento do linfedema. Segundo Mônica Cavalcante, a aplicação da bandagem deve ser feita juntamente com a drenagem linfática, cuja finalidade é manter o membro superior com menor volume possível. ´É particularmente necessária, pois reduz a pressão hidrostática do sangue para os tecidos, aumentando o prolongamento dos ramos linfáticos´.

Pesquisas

Segundo estudos recentes, há relatos de mastectomizadas que sentem dor na região cervical e cintura escapular. Dentre as causas mais freqüentes de dor, afirma Mônica Cavalcante, podemos citar: a proteção muscular reflexa, que produz dor e espasmo muscular na região cervical e ombro; sensibilidade alterada da musculatura da cintura escapular, podendo restringir a musculatura ativa do ombro; diminuição no uso do ombro superior envolvido após a cirurgia, predispondo ao surgimento do ombro congelado crônico, além de aumentando a probabilidade de linfedema no membro.

A Osteopatia é outro aliado no processo de recuperação física. Durante o pós-operatório, a dor pode levar a diferentes graus de limitação de movimentos, que poderão intervir na dificuldade de movimentação do membro superior homolateral.

No âmbito das alterações indesejáveis da postura, o tratamento pode incluir om uso da Reeducação Postural Global (RPG), método que consiste em um conjunto de técnicas manuais analíticas e globais. São manobras de mobilização das regiões hipomóveis; para conscientização das mudanças posturais, entre outras. Mas com o objetivo de corrigir as adaptações e as compensações de forma a tratar as causa e não os sintomas.
Manobras ajudam a manter a forma

A aplicação de drenagem linfática atua na recuperação das cirurgias de mama (mastectomia e quadrantectomia) de forma preventiva no tratamento dos inchaços nos membros, problemas relativamente comuns em cirurgias desse porte. O objetivo, segundo destaca a fisioterapeuta Mônica Cavalcante, é manter o membro homolateral o mais próximo do normal, não permitindo assim que o linfedema se instale e os movimentos da paciente fiquem ainda mais comprometidos.

A fisioterapeuta ressalta a necessidade de se conhecer bem a classificação para o linfedema. Segundo a classificação vigente, o inchaço pode ser do tipo primário (que ocorre logo após a cirurgia); secundário (que pode surgir meses ou até mesmo anos após a cirurgia de mama); agudo (normalmente amenizado durante o período de descanso); e o crônico (que tem uma permanência maior, que pode durar por cerca de três meses, acrescido de alterações na pele).

Muitas das manobras fisioterápicas consistem na manutenção e ganho da amplitude de movimentos, permanência da força muscular, prevenção de inchaços, diminuição de algias, alongamento; ou seja, a realização de todos os movimentos possíveis, de forma a respeitar a capacidade do paciente.

FIQUE POR DENTRO

Pilates: um aliado no tratamento convencional

A aplicação do método Pilates não se restringe aos aspectos curativos e de reabilitação da paciente, mas principalmente na prevenção de complicações e seqüelas decorrentes do tratamento. O método gera benefícios físicos e mentais, assim como bem-estar e qualidade de vida para as mulheres mastectomizadas.

Muitos são os objetivos: prevenir complicações respiratórias, circulatórias e osteomioarticulares; manter a amplitude do movimento e da força muscular; prevenir o linfedema; diminuir as algias; promover a conscientização postural, o relaxamento e o alongamento; e melhorar a movimentação global.

O método foi elaborado no começo do século XX pelo atleta alemão Joseph H. Pilates como um sistema de exercícios para melhorar a flexibilidade, consciência corporal, equilíbrio e força, sem a hipertrofia muscular. Pilates acreditava que o estilo de vida moderno, má postura corporal e respiração ineficiente ocasionavam saúde ruim.

Fonte: Diário do Nordeste

6 comentários:

  1. ta show seu blog,ameiiiiiii,faz o meu tbm xu,bjssss!!!!

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  2. Olá queria saber com quanto tempo de pós cirurgico a paciente mastectomizada pode realizar o método pilates?

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  3. Dra. Michelle, nó do Estúdio, nos deparamos com uma destas situações. Hoje mesmo, esteve aqui uma mulher que tem este problema. Fez masectomia total em 2007, tem uma prótese e desenvolveu o Linfedema no braço direito.
    Ela tem interesse em fazer aulas, mas até o momento não tivemos nenhuma experiência com este tipo de aluna.
    Gostaria que nos desse algumas dicas, se o método é realmente indicado para ela, ou quais as limitações que esta patologia pode oferecer.

    Se possível, entre em contato conosco:
    contato@nanopilates.com.br
    www.nanopilates.com.br
    Muito obrigada pela atenção.

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  4. Dra. Michelle fiz quadrantectomia do lado direito e apresento linfedema no braço direito.
    Gostaria de saber algumas dicas de exercícios para resolver o meu problema e se há alguns que não devo realizar.
    Tem alguma limitação para a minha patologia ?
    Se possível entre em contato: zilamendonca2010@hotmail.com

    Obrigado.

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  5. por favor dr michelle fiz esvaziamnto nas axilas e quadrentectomia do lado esquerdo ,e meu medico ,não me deu pedido pra que eu faço fisoterapia no hospital, e sim fazer em casa mas so eu não estou conseguindo . tenho 30 dia me ajuda beijos telma rp

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  6. Por favor, gostaria de saber se existe algum artigo que fale sobre a reabilitação dessas mulheres mastectomizadas com o método Pilates.
    ATT

    sylmaraferrari@gmail.com

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